A Hipnose funciona?
Sim, ela realmente existe. E não é fraude, truque nem coisa
de gente impressionável. Veja como a hipnose consegue mexer com as estruturas
mais profundas da mente humana.
Olhe para cá!
E antes de começar a ler a reportagem, siga estes passos
para se auto-hipnotizar
1. Pare
Vá para um lugar bem silencioso (ou coloque fones de ouvido
tocando uma trilha sonora bem suave, new age mesmo). Sente-se da forma mais
confortável possível e mantenha as pernas e os braços separados. Descanse
alguns minutos.
2. Imagine
Agora imagine que você está dentro de um barquinho, num lago
bem tranquilo. Sinta como o barquinho balança devagar e agradavelmente. Para a
frente, para a direita, para trás, para a esquerda...
3. Sinta
Uma enorme preguiça toma conta da sua perna esquerda. Pense:
"Minha perna esquerda está ficando pesada, cada vez mais pesaada e
cansada". Mentalize por alguns minutos - até sentir que a sua perna
realmente ficou semiparalisada.
4. Renda-se
Agora é a perna direita que está ficando pesada. Cada vez
mais pesaada e cansada... Repita o processo com ela e com os braços, primeiro o
direito e depois o esquerdo, até que todos os seus membros fiquem dormentes.
5. Induza
A esta altura, você deve estar respirando bem devagar e
sentindo um relaxamento profundo. Parabéns! É o estado de indução hipnótica.
Agora mentalize um objetivo simples (como "vou comer menos" ou
"não sentirei mais vontade de fumar").
6. Desperte
Depois de repetir a mentalização por alguns minutos, pare e
diga a si próprio que a hipnose acabou. Vá despertando sem pressa, até voltar
ao normal. Você sentirá sonolência e leve desorientação, como quem acaba de
acordar.
Quando o hipnólogo Fabio Puentes chegou à redação da SUPER,
foi recebido com uma mistura de receio e descrédito. Talvez você o conheça: ele
é aquele homem de sotaque portenho (na verdade, uruguaio) que costuma aparecer
em programas de TV hipnotizando as pessoas - e às vezes sujeitando-as a
situações constrangedoras. Nenhum de nós queria ser forçado a imitar uma
galinha, daí o receio. Mas poucos acreditavam que Puentes tivesse mesmo algum
poder, e argumentos como "isso não passa de armação" e "só faz
efeito em gente de cabeça fraca" dominavam as conversas. Mas uma hora
depois, o clima era completamente diferente.
Puentes não conseguiu transformar
ninguém em zumbi. Mas fez pessoas levantar 25 quilos com apenas dois dedos,
paralisou o braço do designer Gabriel Gianordoli e colou as mãos do nosso
redator-chefe - pessoas absolutamente céticas, nada impressionáveis. E a
redação cheia de incrédulos foi obrigada a admitir o que a ciência está
começando a aceitar: a hipnose realmente existe, não é mágica nem truque e vai
além do simples ato de sugestionar os outros. É um fenômeno neurológico, que
acontece bem no meio do cérebro e é capaz de alterar o estado normal das
pessoas. Mas como ela funciona? E até que ponto pode ser usada para dominar a
cabeça dos outros - e controlar melhor a sua própria mente?
A hipnose começou a ser praticada no século 18, quando o
médico alemão Franz Anton Mesmer defendeu sua tese de doutorado na Universidade
de Viena. Mesmer propunha uma ideia estapafúrdia: a atração gravitacional entre
a Terra e outros corpos celestes afetava a saúde das pessoas, sendo responsável
por vários tipos de doença mental. Por incrível que pareça, a tese foi aceita e
Mesmer recebeu o diploma em 1766. Como desgraça nunca vem sozinha, logo ele
começou a acreditar em outra besteira - o corpo humano estava cheio de fluidos magnéticos,
cujo desequilíbrio era nocivo e deveria ser corrigido. No tratamento, o
paciente ficava sentado numa cadeira enquanto Mesmer olhava em seus olhos,
pedia que se concentrasse ou tocava em seus braços e mãos - técnicas similares
às da hipnose moderna.
Em 1778, depois que não conseguiu curar uma pianista
acometida de cegueira nervosa, Mesmer foi expulso de Viena e se instalou em
Paris. Mais ousado, ele passou a andar vestido de violeta e a usar uma varinha
de condão (objeto que ele inventou). Sua clínica foi o maior sucesso, e em 1784
o rei Luis 16 formou uma comissão de cientistas notáveis, que incluía Antoine
Lavoisier e Benjamin Franklin, para estudar os poderes de Mesmer. Eles
concluíram que se tratava de um charlatão (a teoria dos fluidos magnéticos,
claro, era pura bobagem), mas que tinha alguns poderes: ele representava um
perigo para a sociedade, porque supostamente era capaz de
"mesmerizar" - palavra que se tornou um sinônimo de enfeitiçar - as
pessoas contra a vontade delas.
As técnicas de Mesmer foram proibidas, e a hipnose começou a
se transformar em show circense. Mas alguns discípulos continuaram a acreditar
na sua eficácia como tratamento. Um deles era o médico escocês James Braid. Em
1843, ele resolveu trocar o nome da mesmerização para torná-la mais aceitável.
E cunhou o termo "hipnose" - que vem de Hypnos, a deusa grega do
sono. Braid adotou uma abordagem mais científica, e a partir daí a hipnose
passou a ser estudada por gente mais séria - como o francês Jean-Martin Charcot
(1825-1893), considerado o pai da neurologia, o psicólogo russo Ivan Pavlov
(1849-1936) e o próprio Freud, que chegou a hipnotizar seus pacientes no começo
da carreira.
Mesmo assim, a hipnose só começou a ser aceita pela ciência
em 1997, quando o psiquiatra americano Henry Szechtman fez uma experiência com
8 voluntários. Eles foram vendados e ouviram uma gravação que repetia a
seguinte frase: "O homem não fala muito. Mas, quando ele fala, vale a pena
ouvir o que diz". Szechtman desligou o som e pediu aos voluntários que
tentassem imaginar a frase. Em seguida, hipnotizou todo mundo e disse que iria
tocar a fita novamente. Era mentira; não havia som nenhum. Mesmo assim, os
voluntários disseram ter ouvido a gravação - eles sofreram uma alucinação
auditiva por causa da hipnose. Monitorando o cérebro dos voluntários, o
cientista descobriu o seguinte. Durante a alucinação e quando a gravação estava
tocando de verdade, a atividade do cérebro era idêntica. Já quando as pessoas
apenas imaginavam o som, a atividade era diferente. Outros estudos comprovaram
esse efeito, e permitiram chegar a uma conclusão definitiva: a hipnose existe,
não é fingimento e tem um efeito característico sobre o cérebro - é uma
simulação perfeita da realidade, muito mais forte que a imaginação ou a autossugestão.
Uma pessoa hipnotizada pode literalmente ver, ouvir e sentir o que é sugerido
pelo hipnotizador. Mas como isso acontece?
Homem x réptil
A resposta começou a aparecer num teste feito pelo
neurocientista Pierre Rainville, da Universidade de Montreal. Ele pediu que
voluntários mergulhassem a mão em tigelas com água muito quente (a 47 oC). Como
estavam hipnotizadas, as cobaias não sentiam dor. Rainville observou o cérebro
daquelas pessoas e descobriu algo estranho. O sistema límbico, que é um pedaço
primitivo do cérebro que nós herdamos dos répteis e processa os sinais que vêm
do corpo, como a dor, estava operando normalmente. Mas o neocórtex, uma região
cerebral que só existe nos mamíferos avançados e é responsável pela nossa
consciência, ignorava os sinais do sistema límbico. É como se, durante a
hipnose, o "cérebro humano" parasse de se comunicar com o
"cérebro reptiliano".
É por isso que a hipnose tem efeitos tão profundos. A pessoa
não fica dormindo. Fica acordada, consciente e sabendo que está sendo
hipnotizada. A diferença é que, como o neocórtex é privado das informações
fornecidas pelo sistema límbico (que além de processar a dor também controla a
memória e reações como desconfiança, vergonha, medo, fome, iniciativa, prazer e
desejo sexual), a consciência fica sem reservas nem referências - e, por isso,
totalmente vulnerável às sugestões do hipnotizador.
Esse poder pode servir para obrigar uma pessoa a imitar uma
galinha, mas também tem uso terapêutico. O Conselho Federal de Odontologia acaba
de regulamentar o uso da hipnose - os dentistas que fizerem um curso especial,
de 180 horas, poderão utilizá-la como complemento da anestesia. E o Conselho
Federal de Medicina já reconhece a hipnose como ferramenta no tratamento de
dores crônicas (o Hospital das Clínicas, em São Paulo, oferece a hipnoterapia
como opção para tratar as dores de pacientes de câncer) e em várias formas de
psicoterapia - há estudos comprovando que ela é eficaz contra o tabagismo, a
ansiedade, a depressão e outros transtornos psíquicos. Pesquisas recentes
também constataram, de maneira surpreendente, efeitos fisiológicos da hipnose:
há indícios de que possa ajudar no tratamento de hipertensão e de problemas
gastrointestinais e no sistema imunológico. Tudo isso depende, claro, do seu
grau de sensibilidade. Por que algumas pessoas podem ser completamente tomadas
pela hipnose, enquanto outras são imunes a ela? E como técnicas tão banais,
como balançar um reloginho na frente de uma pessoa, podem ter tanta força sobre
a mente?
Você é hipnotizável?
A hipnose é muito mais comum do que se imagina. Você já deve
ter se auto-hipnotizado milhares de vezes e nem percebeu. Um exemplo: sabe
quando você está indo para algum lugar, mas acaba se distraindo com os próprios
pensamentos e ao chegar nem se lembra do caminho que fez? É uma forma fraquinha
de hipnose. "O estado hipnótico é parecido com o que acontece quando você
fica absorto, lendo um livro ou vendo um filme", afirma o psiquiatra e
especialista em hipnose David Spiegel, da Universidade Stanford. É um estado de
grande atenção, em que o cérebro foca em uma coisa e se desliga do resto. Mas
não tem nada de extraordinário; é um mecanismo que faz parte do funcionamento
normal do cérebro.
Existem vários métodos de hipnotizar (veja no quadro ao
lado), mas todos seguem a mesma lógica. Tanto faz se o hipnólogo balança um
objeto ou diz palavras suaves - o que conta é prender a atenção da pessoa e
reduzir seu grau de inibição. Se essas duas condições forem atendidas, pronto:
você conseguiu calar o sistema límbico e cativar o neocórtex, e a pessoa está
hipnotizada. "O que você diz para hipnotizar a pessoa não é tão
importante. O que importa é o seu jeito, o seu tom de voz", ensina Fabio
Puentes.
Para o psicólogo americano Michael Nash, autor de dezenas de
estudos sobre hipnose e organizador do maior livro sobre o assunto, o Oxford
Handbook of Hypnosis, nossa suscetibilidade à hipnose pode ser obra da seleção
natural. Ao longo da evolução da humanidade, em que as situações de dor eram
muito mais comuns do que hoje (a anestesia como a conhecemos só foi inventada
no século 19), quem tinha mais capacidade de ignorar o próprio sistema límbico
e suportar o sofrimento físico levou vantagem na vida. Viveu mais e gerou mais
descendentes, que foram espalhando essa característica pela humanidade. É por
isso que, hoje, 80% da população mundial é hipnotizável em algum grau. Mas como
medir o grau de sensibilidade à hipnose? Os métodos mais famosos são a Escala
Grupal de Harvard, criada em 1962, e a Escala Stanford, de 1959. Este último,
individual, é o mais usado pelos pesquisadores. Consiste num teste de mais ou
menos 50 minutos, com 3 sessões de 12 exercícios que testam habilidades
hipnóticas cada vez mais difíceis - como regressar mentalmente à infância, ficar
sem poder abrir os olhos, obedecer a uma sugestão pós-hipnótica (pular da
cadeira sempre que ouvir determinado som, por exemplo), tornar-se incapaz de
sentir odores fortes e desagradáveis, e o exercício mais difícil de todos,
esquecer tudo o que aconteceu durante a sessão. Esses testes foram aplicados em
milhares de pessoas, ao longo de várias décadas, e descobriram várias coisas. A
sensibilidade à hipnose se mantém estável durante a vida (é a mesma na
infância, na idade adulta e na velhice), não tem relação com o sexo, a
escolaridade ou a inteligência das pessoas. E é hereditária.
Existe um teste rápido que você mesmo pode fazer. Leia a
frase a seguir: "Quando o carro vermelho buzinou, o cachorro preto latiu e
chegou ao portão da casa amarela". Agora feche os olhos e responda: quais
são as cores das palavras desta frase? Não estou perguntando os nomes escritos;
quero saber as cores da tinta que usamos para imprimir as palavras em destaque.
Se o seu cérebro é um pouco hipnotizável, como o de 80% das pessoas, você terá
alguma dificuldade para responder - porque sua mente aprendeu e sabe,
instintivamente, que o significado das palavras é mais importante que a cor
delas. Já se você for extremamente hipnotizável, como 15% da população,
respondeu no ato e sem problemas.
Isso se deve a uma diferença estrutural no cérebro.
Pesquisas feitas na Universidade de Virgínia, nos EUA, revelaram que o cérebro
das pessoas altamente hipnotizáveis possui duas características marcantes. É
mais assimétrico - a divisão de tarefas entre os dois hemisférios do cérebro é
mais intensa do que em pessoas comuns. E seu corpo caloso, estrutura que
conecta o hemisfério esquerdo ao direito, é em média 31,8% maior. Os cientistas
especulam que a superconexão faça as informações fluir mais facilmente dentro
do neocórtex (que se divide entre os dois hemisférios do cérebro). E por isso o
cérebro tenha maior facilidade em suprimir, ou ignorar, a atuação do sistema
límbico.
O lado perigoso da hipnose
No filme Sob o Domínio do Mal ("The Manchurian
Candidate", 1962), Frank Sinatra faz o papel de um major americano que é
hipnotizado pelos comunistas para matar o presidente dos EUA quando ouvir um
sinal por telefone. Isso é possível? Mais ou menos. A sugestão pós-hipnótica
realmente existe - é possível programar o cérebro de pessoas altamente
suscetíveis. Mas só com instruções muito simples (pular ao ouvir um sinal). Ela
não funciona com ordens complexas, que envolvam várias etapas de raciocínio ou
sejam contra a índole do indivíduo; se a pessoa normalmente não mataria o
presidente, não irá fazê-lo sob hipnose. Além disso, é possível resistir à
sugestão pós-hipnótica, que costuma desaparecer após alguns minutos (em casos
extremos, alguns dias). Ou seja: ao contrário da crença popular, uma pessoa hipnotizada
não vira um robô nem fica em transe para sempre se o hipnotizador sumir. Isso
não quer dizer que os hipnotizados não possam ser induzidos a fazer coisas que
não querem (ou não existiria o truque de fazê-los comer cebola achando que é
maçã).
Também é possível hipnotizar as pessoas mais sensíveis
contra a vontade delas, usando truques para pegá-las de surpresa. O psiquiatra
americano Milton Erickson costumava dominar seus pacientes com um simples
aperto de mão. Ele massageava o pulso do paciente, que ia ficando relaxado e
sem reação. Seja como for, não é preciso ter medo. Mesmo se você for altamente
sensível, basta ficar longe dos hipnotizadores ou não prestar atenção neles.
Afinal, hipnose é um estado extremo de atenção. Se você não presta atenção, não
pode ser hipnotizado. Também não há evidências de que a hipnose cause qualquer
dano. Ela só tem um risco: pode induzir falsas memórias.
É isso aí. Ir a um terapeuta, sentar-se no divã e fazer
hipnose com o objetivo de acessar memórias reprimidas é bastante perigoso. Como
desconecta o sistema límbico, que é o responsável pela formação e manutenção
das memórias, a hipnose realmente pode levar a falsas lembranças. Se um
terapeuta estiver convencido de que um paciente sofreu abuso na infância, por
exemplo, pode hipnotizá-lo para que ele tente se recordar do fato - e acabar
implantando sem querer (ou de propósito) a memória de uma coisa que nunca
aconteceu. Isso começou a ficar evidente nos anos 90, quando uma série de casos
foram parar na Justiça dos EUA. Depois da hipnose, elas passaram a se lembrar
de acontecimentos medonhos, como abuso sexual e rituais satânicos, que na
verdade jamais tinham ocorrido. Isso causou um grande escândalo, e levou a
Universidade de Washington a fazer uma série de estudos impressionantes sobre o
assunto.
Os pesquisadores descobriram que, sob hipnose, 70% das
pessoas ficam receptivas a falsas memórias. E as terapias que prometem acessar
memórias reprimidas são muito nocivas: fazem com que os pacientes corram maior
risco de perder o emprego e a vida social e tenham até 500% mais possibilidade
de ir parar num hospital psiquiátrico. Por isso, hoje esse tratamento é
desaconselhado pela Associação Médica Americana. Se você for fazer algum tipo
de hipnose, evite técnicas e exercícios que mexam com a memória. Tirando isso,
não há problema. A hipnose é uma ferramenta poderosa, que já vem embutida no
cérebro e pode ser usada de maneira positiva. O pior que pode acontecer é ela
não funcionar com você. Mas calma... você é pelo menos um pouquinho
hipnotizável, não é? Relaxe, feche os olhos, respire. Sua cabeça está ficando
pesada. Pesada e cansaaada...
As portas da percepção
Os 5 métodos mais usados para hipnotizar
Fixação de olhos
É o clássico método do reloginho, e foi criado por James
Braid - o inventor da palavra "hipnose". O hipnotizador pede ao
paciente que se concentre fixamente em algum objeto.
Narrativa
Consiste em pedir ao paciente que relaxe membro a membro -
após o que, num tom calmante, o hipnólogo o leva a imaginar uma história.
Confusão
Criado para lidar com pessoas resistentes, consiste em
iludir a pessoa com atos incomuns - como um aperto de mão que se prolonga e
vira uma espécie de massagem.
Desequilíbrio
O hipnotizador diz ao paciente que se coloque numa posição
na qual seja difícil se manter de pé. E ao mesmo tempo, pede que ele se
concentre em seus membros.
Choque
Consiste em simular uma hipnose comum, passando as mãos na
cabeça da pessoa - mas de repente fazer um gesto brusco, jogando a cabeça para
trás enquanto grita "durma"!
Isto aqui dá
O que a hipnose realmente pode fazer
Anestesiar uma pessoa
Funciona. Em 1845, antes da popularização da anestesia, o
médico escocês James Esdaile já usava a hipnose em cirurgias e amputações.
Curar tabagismo, compulsões e vícios em geral
Funciona. Mas o tratamento também deve ter terapia, e é
preciso refazer periodicamente as sessões hipnóticas.
Implantar memórias
Funciona. Há casos de falsas memórias que acabaram na
Justiça e começaram na atuação desastrada (ou maldosa) de hipnoterapeutas.
Sugestões pós-hipnóticas
Funciona. É possível condicionar uma pessoa para que ela
reaja a certos sinais - como pular toda vez que ouvir determinado som, por
exemplo.
Hipnotizar alguém à força
Funciona. Existem técnicas que permitem hipnotizar a vítima
sem que ela perceba. Mas isso só dá certo se você dedicar atenção ao
hipnotizador.
Isto não dá
Veja em que situações a hipnose não tem o menor efeito
Apagar memórias
Não funciona. Pessoas altamente hipnotizáveis podem se
esquecer de acontecimentos, mas acabam se lembrando deles após algum tempo.
Acessar memórias reprimidas
Não funciona. As supostas lembranças (que no Texas são
aceitas como prova judicial) são contaminadas pela imaginação.
Hipnotizar bichos
Não funciona. Hipnose é um fenômeno da parte mais moderna do
cérebro humano. O que acontece com animais é apenas catatonia (paralisia).
Controle da mente
Não funciona. Mesmo pessoas altamente hipnotizáveis não se tornam
zumbis. E a hipnose cessa após alguns minutos (ou quando o hipnólogo vai
embora).
Para saber mais
The Oxford Handbook of Hypnosis
Michael Nash, Oxford University Press, 2008.
POR Bruno Garattoni, Fábio Marton
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